Este blog destina-se a divulgar, através de pesquisas realizadas, locais e informações de cunho ecológico do Estado do Piauí.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012
O Rio Igaraçu é um dos efluentes do Rio Parnaíba cuja formação deltaica possui mais de quatro rios em sua formação. Tal rio torna-se componente do delta a montante do município de Parnaíba, e sua extensão é de 20km até a foz no Oceano Atlântico. Após o município de Luis Correia, recebe como afluente o Rio Portinho.
Nas águas do Rio Igaraçú, próximas ao município de Parnaíba, a pesca da manjuba possui elevada importância social através da geração de emprego e alimento para dezenas de famílias que possuem nessa pescaria a única fonte de renda. Os animais são capturados com a utilização de canoas a remo e redes, caracterizando a pesca como essencialmente artesanal.
Figuras 02 e 03 – Pesca artesanal de manjuba às margens do Rio Igaraçú
Além de contribuir para o aumento da renda de muitas famílias a pesca da manjuba nas águas do Rio Igaraçu contribui também para a degradação da margem desse rio.
A produção pesqueira é descarregada nas margens do Rio Igaraçu, em uma área sem estrutura adequada.
Após o desembarque, o pescado passa por um processo de salga, realizado sem cuidados de higiene e é acondicionado em sacos de nylon com cerca de 60 kg de manjuba.
Diante de tal situação, a EMBRAPA Meio-Norte, Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento, APMI (Associação dos Pescadores de Manjuba do Igaraçu) e SEBRAE promoveram no dia 06 de março de 2006 na cidade de Parnaíba, o I Seminário sobre a situação e potencialidade da pesca da manjuba no Baixo Parnaíba, a fim de transmitir informações sobre a pesca da manjuba e discutir problemas decorrentes dessa atividade. Um dos pontos mais discutidos foi a mudança do local de salga e beneficiamento do pescado.
Como já foi observado nas imagens anteriores a salga do produto é realizada às margens do Rio Igaraçu sem a utilização de local e técnicas apropriadas. Como conseqüência desse fato constatou salinização do solo, redução de representantes da flora nativa às margens do rio e erosão.
A Embrapa Meio-Norte procurou contribuir para a continuidade desta atividade através do desenvolvimento de projeto que buscava determinar a distribuição, abundância e a estrutura populacional das espécies de manjuba que ocorrem no Rio Igaraçú, nas áreas próximas ao município de Parnaíba-PI. A determinação desses parâmetros serve como subsídio para o manejo pesqueiro, contribuindo para a sustentabilidade da atividade.
Após 6 anos percebeu-se que pouca coisa mudou. Embora tenha sido providenciado outro local para realizar a salga da manjuba, este é considerado inadequado para execução do processo. A unidade de beneficiamento improvisada foi construída às margens do rio e o material utilizado na construção também não é apropriado para tal fim.
Resíduos da salga do pescado são despejados às margens do rio contribuindo para a salinização dos solos e água. Percebe-se ainda a erosão no solo das margens do rio.
Diante do acima exposto, sugiro as mudanças abaixo para serem providenciadas levando em consideração a sustentabilidade:
• Mudança do local de salga e beneficiamento do pescado;
• Treinamento dos pescadores e colaboradores sobre métodos adequados de salga e beneficiamento do pescado;
• Continuidade de projetos relacionados à fauna e flora da região que contribuirão como subsídio para que não ocorra, dentre outras coisas, a sobreexploração dos estoques na região, causando danos ambientais, econômicos e sociais;
• Revitalização das margens do rio com o plantio de representantes da flora nativa;
• Desenvolvimento de atividades relacionadas à Educação Ambiental junto a esta comunidade.
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